Sobre Nós

 
A comunidade da Chacrinha remonta possivelmente ao Ciclo do Ouro em Minas Gerais (1650 – 1750), período fundamental na história da formação do território da província Mineira. Os primórdios da constituição da comunidade singular, composta em sua maioria de descendentes de escravos de origem africana.  
 
A Chacrinha se territorializou numa fazenda distante, aproximadamente 8 Km da sede do município de Belo Vale, região metalúrgica do Estado de Minas Gerais, constituindo um pequeno lugarejo que ocupa administrativamente a posição de distrito do referido município. 
 
Os  moradores do município de Belo Vale e ou nascidos na Chacrinha , referem-se às ruínas da casa grande onde residia a família de Barão José de Paula Peixoto, de origem portuguesa, conhecido como milhão e meio. A casa grande ou casa da fazenda é sem dúvida um marco arquitetônico histórico cultural fundamental para se conhecer e remontar parte da história originária dessa comunidade de negros. O codinome milhão e meio do Barão José de Paula Peixoto refere-se à fortuna em ouro acumulada de fato por este fazendeiro ou no imaginário coletivo dos moradores de Belo Vale e da Chacrinha dos Pretos. A sede dessa fazenda foi cortada, no início do século XX, pelo  ferrovia da RFFSA,  ramal Belo Horizonte-Rio, atualmente administrado pela MRS. A fazenda do Barão José de Paula Peixoto funcionava como uma típica propriedade rural do período colonial em Minas Gerais já na primeira metade do século XVIII. Suas principais atividades voltavam-se muito provavelmente para a mineração do ouro e agricultura de subsistência. Contam os moradores da comunidade da Chacrinha , que a fazenda, nos seus tempos mais áureos possuía aproximadamente em torno de 1200 escravos. Segundo contam algumas pessoas, o Barão tomou por sua esposa uma de suas escravas. Não deixando descendentes diretos, seu patrimônio ficou supostamente para sua consorte escrava que teria após sua morte, alforriado todos os escravos que viviam na fazenda. Atualmente, o Distrito da Chacrinha dos Pretos conta com remanescentes desses escravos e foi reconhecida como uma Comunidade de Quilombos pela Fundação Palmares.
 
Durante muito tempo o Quilombo Chacrinha foi visto como "lugar que nada se produz", sofrendo preconceitos diversos por parte da sociedade belovalense. Com muita luta, sabedoria e força de vontade alguns líderes da APHAA-BV - Associação do Patrimônio Histórico Artístico e Ambiental de Belo Vale, incentivou e apoiou a comunidade da Chacrinha a formar a ACC - Associação Comunitária da Chacrinha, que passou a atuar localmente, identificando e tentando solucionar os problemas e gargalos da comunidade.
 
Aos poucos a ACC foi liderando movimentos e buscando cada vez a melhoria da qualidade de vida dos moradores da Chacrinha. Foi nessa busca constante e com o apoio da APHAA-BV, que a ACC teve seu primeiro projeto cultural aprovado no ano de 2009, denominado " Ponto de Cultura Quilombo Chacrinha". Concomitante com o Ponto de Cultura da Chacrinha, já vinha sendo realizado o projeto "Ação Griô" do Ministério da Cultura que propiciou uma série de ações e registros dos Mestres Griôs do Quilombo Chacrinha. 

Nas palavras da líder comunitária Maria Aparecida Dias, o Ponto de Cultura foi um divisor de águas, pois o mesmo vem propiciando uma série de avanços na comunidade, como a formação do Telecentro Comunitário, a educação não formal intensiva para crianças, adolescentes, jovens e adultos, uma série de ações em prol do resgate da cultura local, como aulas de capoeira, dança, teatro, artesanatos diversos, bem como a atração de outros projetos culturais, sociais e ambientais, como o Projeto Ecovila, Projeto de Tombamento das Ruínas da Chacrinha, entre outros...
 
2009 - Aprovação do Projeto Ponto de Cultura Quilombola Chacrinha (ACC) junto à Secretaria de Cultura do Estado de Minas Gerais. 
2010 - APHAA-BV aprova Projeto Ecovila Chacrinha em edital da empresa MRS Logística.
2011 - Inicia-se o  Intercâmbio de vários agentes sociais e oficineiros na Comunidade Quilombola Chacrinha.
2012 - APHAA-BV envia relatório sobre a situação das estradas, água e ruínas da Chacrinha ao Ministério Público Estadual.
2012 - Projeto da UFMG " Antropologia e Arqueologia da "Chacrinha dos pretos" faz abordagens preliminares sobre a comunidade Quilombola Chacrinha, com o objetivo de avaliar o potencial arqueológico e suas condições de conservação.
 
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